O que é Deepfake e por que ele é uma Ameaça? (2024)

O deepfake começou a ganhar notoriedade em 2021, quando vídeos falsos de diversas celebridades ou pessoas públicas fazendo ou falando coisas estranhas ou inusitadas viralizaram. Esses conteúdos são bem realistas, e não é nada impossível se deixar enganar por eles.

Isso porque esses vídeos usam a tecnologia de deepfake para substituir o rosto da pessoa que de fato está na imagem pelo rosto de outra pessoa. Os deepfakes são criados com aprendizado de máquina profundo, uma forma de inteligência artificial (tipo aquela que está em um gerador de imagem AI) para transformar a aparência de alguém de modo que pareça e soe como outra pessoa no vídeo falso.

Neste artigo, vamos te explicar direitinho o que é deepfake e como ele funciona.

O que é deepfake?

Um deepfake é um conteúdo de mídia falso, normalmente um vídeo, que parece real. Já faz tempo que efeitos visuais e imagens geradas por computador têm sido usados tanto no ramo de jogos quanto no de cinema, mas a tecnologia de inteligência artificial evoluiu a tal ponto que é possível manipular vídeos e áudios com muita precisão também.

E esse tipo de manipulação consegue substituir o rosto e os traços de um indivíduo pelos de outro de um jeito muito convincente e natural.

Um dos conteúdos deepfake mais famosos são vídeos falsos em que o ator Tom Cruise conta sobre um encontro com Mikhail Gorbatchov, fala sobre golfe e faz mágica com uma moeda.Eles são super convincentes, e muitas pessoas acreditaram que eles eram reais.

Na verdade, se tratava de um ator fingindo ser o Tom Cruise, com ajuda da tecnologia de IA, mais especificamente usando uma rede adversária generativa (GAN) — basicamente uma arquitetura de redes neurais programadas para “competir” entre si com o objetivo de produzir os resultados mais realistas possíveis a partir de conteúdos em um banco de dados.

A explicação é bem complexa, mas é um ótimo exemplo do quanto a tecnologia progrediu. Ainda assim, não é perfeita, e os deepfakes mais comuns podem ter uma qualidade um pouco mais baixa, o que não impede que causem muitos problemas.

Se forem bem feitos, os deepfakes podem ser bastante realistas e fazer com que os espectadores acreditem em fake news, desinformação e dados inverídicos.

Como identificar deepfakes

Como os deepfakes estão ficando cada vez mais comuns, é essencial aprender a identificá-los. Embora deepfakes bem feitos possam ser difíceis de reconhecer, os mais rudimentares têm alguns indícios para você ficar de olho.

Borrões na imagem

É comum ter borrões em torno da pele e do cabelo em deepfakes que não são tão bem feitos. Dá para ver isso bem direitinho quando a pessoa no vídeo gira a cabeça para os lados, por exemplo.

Iluminação

A iluminação em torno da pessoa às vezes fica artificial, já que os algoritmos de deep learning (aprendizado profundo) mantêm a iluminação do vídeo original.

Movimento dos olhos

Às vezes, a pessoa no vídeo deepfake não pisca. Entretanto, desde que uma pesquisa que apontou esse problema foi publicada, os criadores dos vídeos têm melhorado essa tecnologia, e a questão já foi resolvida pelo menos nos vídeos mais profissionais.

Sincronização do áudio com o vídeo

Um descompasso entre o áudio e o vídeo é outro sinal revelador de deepfake. Isso é bem comum em deepfakes de baixa qualidade, em que o cibercriminoso não se esforça muito para sincronizar as duas coisas.

Dica: analise com olhos críticos

Daqui para frente, ferramentas de inteligência artificial e aprendizado profundo que ajudam a identificar esse tipo de fraude vão ser cada vez mais comuns. Grandes empresas, como Facebook, Microsoft e Google, já estão desenvolvendo ferramentas e conjuntos de dados que ajudam a identificar deepfakes.

Além dos indícios e ferramentas acima, a questão mais essencial ao tentar identificar um deepfake é analisar de modo crítico o conteúdo que você está vendo.

Os deepfakes têm riscos e certamente são um problema, mas há vários outros tipos de conteúdos enganosos por aí. Portanto, o melhor a se fazer é examinar tudo em um contexto mais amplo e determinar os fatos por contra própria em vez de confiar em tudo o que aparece na internet.

Golpes de deepfake para você prestar atenção

Nos últimos tempos, alguns golpes de deepfake chamaram bastante atenção, e é bom saber quais são eles para já entender quais vídeos são fraudes e quais são reais. Vamos ver alguns exemplos de deepfakes que enganaram muita gente, principalmente no Brasil.

Dráuzio Varella vendendo colágeno

Em 2023, viralizou no TikTok um vídeo do Dr. Dráuzio Varella vendendo colágeno em gotas, e o médico precisou publicar um vídeo no seu próprio perfil na rede para explicar que se tratava de uma mentira.

Um dos indícios de que esse vídeo é fake é que há muitos momentos os movimentos da boca do médico não batem com o áudio. Além disso, há várias imagens estáticas de celebridades que supostamente teriam usado o suplemento.

Encontramos também uma versão do vídeo em que só é possível ouvir a voz do Dr. Dráuzio, e imagens aleatórias aparecem na tela. Esse é um ótimo indício de deepfake de baixa qualidade, pois fica muito mais fácil manipular apenas o áudio, sem ter que sincronizar com o vídeo.

Golpes envolvendo notícias políticas

Talvez um dos usos mais perigosos da técnica de deepfake seja a manipulação de vídeos com políticos visando influenciar resultados de eleições mundo afora e espalhar desinformação.

Aqui no Brasil, um exemplo que ficou famoso foi um vídeo falso do Jornal Nacional, da TV Globo, em que a apresentadora Renata Vasconcellos mostrava uma pesquisa de intenção de voto das eleições de 2022, em que o ex-presidente Jair Bolsonaro aparecia em primeiro lugar nas pesquisas, e o então candidato Lula em segundo. Na verdade, o resultado era o oposto.

Nudes falsos

Em 2023, ficou famoso um caso em que alunos de uma escola no Rio de Janeiro usaram mecanismos de inteligência artificial para produzir nudes falsos com os rostos das colegas de turma, que para piorar acabaram caindo nas redes sociais.

Esse tipo de uso da computação gráfica combinada com deep learning é mais um exemplo de como a técnica pode ser empregada em situações com fins ilícitos e gerar graves consequências.

O que é deepfake: aprendizados

Neste artigo, aprendemos que deepfake é a criação de conteúdos falsos, sejam eles vídeos, imagens ou áudios utilizando técnicas de aprendizado de máquina, inteligência artificial e aprendizagem profunda.

Esse tipo de tecnologia ainda está em evolução e é possível se atentar a alguns detalhes da imagem para distinguir um conteúdo verdadeiro de uma manipulação. Por exemplo, movimentos da boca, imagens meio borradas no cabelo e no rosto da pessoa e descompasso entre áudio e vídeo são alguns dos sinais que podem indicar um material fake.

Além disso, é sempre importante buscar as fontes oficiais das informações e portais de notícias legítimos para evitar cair em fake news.

Saiba mais sobre inteligência artificial e como se proteger de conteúdos enganosos nos artigos abaixo:

• Como usar o Gemini no Bard, a inteligência artificial do Google
• Senta lá, Claude: como acessar no Brasil o rival do ChatGPT
• Golpe do WhatsApp: quais são os tipos mais comuns e como se prevenir?

Priscilla ShermanAutor

Editora-chefe e coordenadora

Priscilla é editora-chefe do VPNOverview e conta com vários anos de experiência em VPNs e análise de produtos. Ela ajuda a coordenar a equipe e garante que todo o conteúdo do nosso site esteja correto e seja acessível.

Natália MazzilliAutor

Tradutora e copywriter

Natália é tradutora e copywriter, e usa sua experiência prática nas áreas de publicidade e marketing como base para o seu trabalho diário. Como profissional criativa, sua paixão é comunicar ideias para os mais diversos tipos de pessoas, sempre com uma abordagem empática à localização e à adaptação de conteúdo.

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